Em função de sua posição estratégica, o arquipélago de Fernando de
Noronha foi uma das primeiras terras localizadas no Novo Mundo, registrada em cartas
náuticas em 1500 (pelo cartógrafo espanhol Juan de la Cosa) e em 1502 (pelo português
Alberto Cantino).
Sua descoberta é atribuída a Américo Vespúcio, participante da 2ª
Expedição Exploradora das costas brasileiras, comandada por Gonçalo Coelho e financiada
pelo fidalgo português Fernão de Loronha, cristão-novo, grande arrendatário da
extração de pau-brasil, figura de muito prestígio. Aí acontece o 1º naufrágio do
Brasil, perdendo-se a nau capitânea e sendo os náufragos reecolhidos por Vespúcio na
ilha.
Em 1504 a ilha foi doada em forma de Capitania Hereditária (a 1ª da coroa portuguesa no
Brasil) ao mesmo Fernão de Loronha, dele herdando o nome. O desinteresse do donatário em
tomar posse de suas terras, aliado à privilegiada localização, nas rotas de ligação
Brasil/Europa, atraíram a cobiça de muitos povos, ficando o arquipélago à mercê de
invasores como os franceses (em 1556, 1558, 1612 e 1736), os holandeses (de 1629 a 1654),
os ingleses (em 1534).
A expulsão dos franceses, em 1737, por Portugal, através da Capitania de
Pernambuco, foi acompanhada da decisão de protegeer e fortificar o arquipélago,
construindo-se dez fortificações, em locais onde o desembarque fosse possível. O maior
e mais importante foi o Forte dos Remédios. Dessa época é a Vila dos Remédios e o
costume de utilizar o local como Colônia Correcional para presos comuns e, eventualmente,
prisioneiros políticos.
Em 1938, o Governo Vargas requisita a ilha para instalar um presídio
político. Em 1942 torna-se Território Federal, subordinado ao Exército (até 1981), à
Aeronáutica (até 1986), ao EEMFA (até 1987) e ao MINTER (até 1988), quando foi
reintegrado o arquipélago a Pernambuco, por força da Constituinte.
Atualmente Fernando de Noronha é um Distrito Estadual, do Estado de
Pernambuco, dirigido por um administrador indicado pelo Governo, referendado pela
Assembléia Legislativa com o aval da Assembléia Popular Noronhense.