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A Geografia

A Ira do IRA

A Irlanda do Norte

O conflito entre a minoria nacional católica, Ulstler, e a maioria protestante é produto da história da formação da Grã-Bretanha como Estado. Nesse percurso histórico, a reforma protestante (anglicana) na consolidação da Grã-Bretanha fez com que o conflito nacional se manifestasse como conflito religioso, opondo os católicos aos protestantes.

A divisão da Irlanda

Em 1169, a Ilha da Irlanda foi dividida pelos normandos, passando, após alguns anos, à soberania do rei Henrique II da Inglaterra. No século XVI, depois da instalação do protestantismo anglicano na Inglaterra, Londres, derrotou as rebeliões católicas da Irlanda. Os séculos XVII e XVIII conheceram o período de máxima repressão sobre os católicos irlandeses - especialmente após a tomada do poder por Oliver Cromwell (1649) - que desencadeou a expressão do protestantismo, concedendo terra aos ingleses.

Essa política gerou grandes fluxos migratórios de protestantes da Inglaterra e Escócia para as províncias do Norte da Irlanda, onde os católicos tornaram-se minorias. Em 1800, o Union Act vincula a Irlanda à Grã-Bretanha. Em 1829, era promulgado um estatuto pouco mais liberal para os católicos.

Durante o século XIX, cresceram as organizações nacionalistas cetólicas no sul da Ilha, principalmente na cidade de Dublin. Eram as sementes do Exército Republicano Irlandês (IRA), a resistência armada de minoria católica contra as forças britânicas e do seu braço político, o Sinn Fein, que cuida da parte burocrática do grupo.

Em 1916, essas organizações tentaram a primeira rebelião, duramente reprimida. Em 1918, estourava a Guerra Anglo-Irlandesa, que duraria três anos, terminando com a divisão da Ilha. O Ireland Act, documento que selou o fim da guerra, estabelecia a formação de um Estado Livre da Irlanda (Eire) associado ao império britânico e, posteriormente, a Crommonwealth nas províncias do sul, de maioria católica (95%). A província do norte (Ulstler), de maioria protestante (65%), continuava diretamente ligada à Coroa britânica.

Em 1937, o governo do Estado Livre da Irlanda, na Irlanda do Sul, declarava unilateralmente a independência completa do país e rompia os vínculos com a Grã-Bretanha. Após a II Guerra, em 1949, Londres aceitou a independência da Irlanda do Sul através do segundo Ireland Act, que mantinha a vinculação do Ulstler (Irlanda do Norte) à Coroa e estabelecia que apenas o parlamento de Belfast (Irlanda do Norte), controlado pela maioria protestante, poderia separar a Irlanda do Norte da Grã-Bretanha. Já a Irlanda do Sul, transformava-se em República da Irlanda. Observe no mapa atual a situação da política da Grã-Bretanha e da república da Irlanda.

O conflito nacional do Ulstler é também social. A discriminação protestante contra a população católica fez dessa minoria nacional e religiosa, uma camada socialmente proletarizada.

Estatísticas de 1968 apontam dados significativos. No campo, desde a grande repressão dos séculos XVII e XVIII, as melhores terras estavam em mãos dos protestantes. A terça parte católica da população recebia apenas 11,1% dos salários do setor público. Mesmo em cidades de maioria católica como Dungannon e Londonderry (Derry para os católicos), a maioria dos empregos públicos era ocupada pelo protestantes, enquanto os problemas de moradia eram quase exclusivamente da população católica.

Em Belfast, a minoria católica (27% da população da cidade) vivia em guetos miseráveis (Clonard, Fals Road, Queens Street) e sofria uma taxa de desemprego e sofria uma taxa de desemprego de 19%, contra uma taxa de 8,5% para os protestantes, graças aos regulamentos eleitorais que davam ao voto um peso que varia de acordo com o patrimônio familiar e pessoal. Em Londonderry, o conselho municipal tinha 14 representantes protestantes contra 8 católicos.

A partir de 1972, com o aumento da violência, o governo britânico assumiu a administração total do Ulstler, retirando a autonomia da Irlanda do Norte, que podia até então manter o parlamento próprio. O IRA ampliou suas ações terroristas desde então, causando várias baixas no exército britânico, somando mais de três mil mortos nos conflitos entre católicos e protestantes.

Em julho de 1997, o IRA anunciou seu último cessar-fogo e, dois meses depois, em setembro, o Sinn Feinn foi aceito para participar das negociações de paz. Em maio de 1998, ocorreu a assinatura do tratado de paz. Ratificado por meio de plebiscito que obteve 71% de votos favoráveis na Irlanda do Norte e 94% na República da Irlanda.

Os principais pontos do acordo de paz defendem que:

  • a Irlanda do Norte continue fazendo parte do Reino Unido, a menos que a maior parte da população opte pela separação;

  • desarmamento total dos grupos envolvidos;

  • um conselho ministerial atuando entre as duas Irlandas na promoção do interesse comum;

  • elaboração de uma assembléia de 108 membros escolhidos entre católicos e protestantes.

O acordo entrou em vigor em 2000, mas a paz ainda é uma incógnita, já que a intolerância entre católicos e protestantes foi a marca maior nas relações destes povos.

 

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