GRUPO DE PESQUISA EM CIBERCIDADE - GPC
REUNIÃO DO GPC 26 DE OUTUBRO DE 2006
Karla Brunet apresentou seu projeto de pesquisa
“Redes,colaboração e mobilidade. Práticas urbanas de interferência tecnológica” complementar ao do GPC “Tecnologias sem fio de comunicação e informação. Cidades e novos territórios informacionais. Smart Mobs, Anotações Urbanas, Geolocalização/Mapping, Wireless Street Games .
1.Sinopse da reunião
O projeto de pesquisa Redes, colaboração e mobilidade. Práticas urbanas de interferência tecnológica tem como principal objetivo estudar como é feita a colaboração em redes móveis. Aqui, entende-se por redes móveis, redes de pessoas que utilizam a tecnologia móvel, sem fio. Este estudo basear-se-á no que André Lemos chama de territórios informacionais
[1], lugares que mesclam o espaço físico e virtual, no qual já não existe uma barreira delimitadora. São territórios onde o usuário pode controlar o fluxo de entrada e saída de informação. Estes territórios informacionais estão primeiramente divididos em: smart mobs, mapping e geolocalização, anotações urbanas e jogos wireless. Nesta fase inicial do projeto, pretende-se utilizar a divisão já existente. Posteriormente, na fase exploratória teórica da pesquisa, haverá mudanças quanto aos agrupamentos.
Karla mostrou um trabalho experimental onde trabalhou com colaboração na internet. O Identidades: mantidas e perdidas Para finalizar, foi apresentado um slide show de 100 fotos de diversos eventos de arte eletrônica pela Europa e Brasil.
2. Questões emergentes
1. O que é colaboração? Exemplos?
2. Colaboração como colagem ou como agente social?
3. Como a colaboração pode ser significativa?
3.
Bibliografia
Heap, Shaun Hargreaves and Yanis Varoufakis. 2004. Game theory: A critical text. New York: Routledge.
Kaul, Inge, Isabelle Grunberg, and Marc A. Stern. 1999. Global public goods: International cooperation in the 21st century. New York: Oxford University Press.
Kollock, Peter. 1996. Design principles for online communities. First International Harvard Conference on the Internet and Society. Accessed 30/10/ 2005. Available from http://www.sscnet.ucla.edu/soc/faculty/kollock/papers/design.htm#Footnote%201.2005
Lemos, André. 2001. Cibercidades. In Janelas do ciberespaço. Comunicação e cibercultura, eds. André Lemos and Marcos Palacios. Porto Alegre: Sulina.
________. 2006. Tecnologias sem fio de comunicação e informação, cidades e novos territórios informacionais. Projeto enviado ao Cnpq, agosto de 2006.
Lienhard, John H. 1998. The subtle texture of cooperation. University of Houston. Accessed 2004. Available from http://www.uh.edu/engines/hisd.htm.2004
Mitchell, William J. 2002. Soft cities. In Cyber reader: Critical writings for the digital era, ed. Neil Spiller. London; New York: Phaidon.
Myerson, George. 2001. Heidegger, habermas and the mobile phone. Postmodern encounters. Duxford: Icon Books.
Novak, Marcos. 2002. Liquid architecture in cyberspace. In Cyber reader: Critical writings for the digital era, ed. Neil Spiller. London; New York: Phaidon.
Rheingold, Howard. 2002. Smart mobs: The next social revolution. Cambridge, MA: Perseus Pub.
Sassen, Saskia. 2002a. The global city. The de-nationalizing of time and space. In Unplugged. Art as the scene of global conflicts, eds. Gerfried Stocke and Christine Schopf. Linz: Ars Electronica, Hatje Cantz Publishers.
________. 2002b. Locating cities on global circuits. The University of Chicago. Accessed Agosto 2006. Available from http://transnationalism.uchicago.edu/Locating%20Cities.pdf
Silva, Adriana de Souza e. 2006. Do ciber ao híbrido: Tecnologias móveis como interfaces de espaços híbridos. In Imagem (ir)realidade: Comunicação e cibermídia., ed. Denize Correa Araujo. Porto Alegre:
[1] Lemos, André, Tecnologias sem fio de comunicação e informação, cidades e novos territórios informacionais. Projeto enviado ao Cnpq, agosto de 2006.
REUNIÃO DO GPC DE 19 DE OUTUBRO DE 2006
Juana Diniz apresentou o andamento da pesquisa em fase inicial sobre "Culture Jamming e cibercultura”.
1. Sinopse da Exposição
A Culture Jamming é definida em algumas publicações como uma espécie de interferência na cultura midiatizada. Na wikipedia a definição encontrada diz que “Culture Jamming é o ato de transformar a mídia de massa existente para produzir comentários sobre ela própria usando o mesmo método do meio de comunicação original”
[1]. Em KLEIN e DERY a definição da prática já está mais relacionada com a interferência na publicidade e na construção das marcas através de técnicas mais sofisticadas de impressão ou mais simples como o grafite. Por se tratar de uma mistura grande de técnicas e de diferentes tipos de ativistas, incluindo artistas e publicitários, muitas questões surgem ao se tentar definir a prática. Isso ficou muito evidente inclusive durante a exposição do projeto ao grupo. Vários exemplos trazidos pelo grupo ficaram, para mim, sem uma classificação satisfatória. Propaganda política que “subverte” a propaganda de outro candidato pode ser chamada de uma prática jammer? O primeiro passo dessa pesquisa, portanto, será estabelecer, diante do mapeamento dos conceitos existentes sobre Culture Jamming, qual a definição será trabalhada nessa dissertação. Outra questão é a ligação entre a Culture Jamming e os movimentos antiglobalização. Existem relatos em KLEIN, no livro Sem marcas, sobre jams desde os tempos da Grande Depressão de 30 nos EUA, com uma revista publicada em NY, chamada The Ballyhoo, que a intenção das jams era atacar apenas a publicidade enganosa de cigarros e loções miraculosas.
O objetivo principal desta pesquisa será descrever a Culture Jamming e seu desenvolvimento no ciberespaço, na tentativa de demonstrar que o espaço em rede além de favorecer o movimento e a ação jammer, criando novas possibilidades para a atuação e a linguagem utilizadas, ainda tem relação estreita com as ações ocorridas no próprio espaço urbano, criando novas possibilidades de atuação também nas ruas.
2. Questões emergentes:
Todas as questões levantadas estavam relacionadas à definição do objeto como os exemplos abaixo:
1- Se um candidato usa em sua propaganda política uma paródia com o símbolo da Rede Globo no intuito de fazer uma crítica, isso é Culture Jamming?
2- Culture Jamming vai estar sempre relacionada à publicidade?
3- Culture Jamming vai estar sempre relacionada com os movimentos antiglobalização?
4- Os sites que serão pesquisados como Adbusters, Yomango, The Bubble Project são exemplos de jams ou são ferramentas de divulgação e incentivo à prática jammer?
3. Bibliografia básica:
BAUDRILLARD, J. A Sombra das Maiorias Silenciosas. O fim do social e o surgimento das massas. SP: Brasiliense, 1985.
CANCLINI, Nestor, García. A Globalização Imaginada. SP: Iluminuras, 2003.
CANCLINI, Nestor, García. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. SP: Editora da Universidade de São Paulo, 2003.
CHALHUB, Samira (org.). Psicanálise e o Contemporâneo. SP: Hacker Editores: Cespuc, 1996.
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. RJ: Contraponto, 1997.
DERY, Mark. Culture Jamming: Hacking, Slashing and Sniping in the Empire of Signs Open Magazine Pamphlet Series, 1993
FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Imago.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. RJ: DP&A, 2005.
HEARTNEY, Eleanor. Pós-Modernismo. SP: Cosac & Naify, 2002.
INTERNATIONAL SITUACIONISTA. Situacionista: Teoria e Prática da Revolução. SP: Conrad, 2002.
KLEIN, Naomi. Sem Logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. SP: Record, 2002.
LEMOS, André. “Ciber-Socialidade. Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea”. Www.facom.ufba/ciberpesquisa.
LEMOS, André. “Estruturas Antropológicas do Cyberespaço”.
www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/lemos/estrcy1.html.
LEMOS, André. Cibercultura: Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea. Porto Alegre: Sulinas, 2004.
LEMOS, André e PALÁCIOS, Marcos. Janelas do Ciberespaço: Comunicação e Cibercultura. Porto Alegre: Sulinas, 2004.
LÉVY, Pierre. A Inteligência Coletiva: por uma Antropologia do ciberespaço. SP: Loyola, 2003.
___________. Cibercultura. SP: 34, 1999
___________. O que é é o Virtual? SP: 34, 1996.
___________. Tecnologias de Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. SP: 34, 1995.
MAFESSOLI, M. A Conquista do Presente. RJ: Rocco, 1984.
______________. A Parte do Diabo: um resumo da subversão pós-moderna. RJ: Record, 2004.
______________. O Tempo das Tribos. O declínio do individualismo nas sociedades de massa. RJ: Forense, 1987.
MCLUHAN, M. A Galáxia de Gutenberg. SP: Cultrix, 1967
SANTAELLA, Lúcia. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. SP: Paulus, 2003.
THOMPSON, J. A Mídia e a Modernidade: uma teoria social da mídia. RJ: Vozes, 1998.
Sites consultados:
http://adbusters.org/home/
http://www.thebubbleproject.com
http://www.geocities.com/grupokrisis2003/akrisis.htm
http://www.geocities.com/Paris/Rue/5214/debord.htm
http://www.levity.com/markdery/culturjam.html
http://www.markdery.com/archives/culture_jamming/000014.html#more
http://www.cokespotlight.org/
http://www.listas.ufba.br/pipermail/facom-l/2003-December/000449.html
[1] Livre tradução
“Culture jamming is the act of transforming existing
mass media to produce negative commentary about itself, using the original medium's communication method.”
Rob Shields e os Sons da Bahia
Estamos recebendo o Prof. Robert
Shields, da University of Alberta, Canadá, aqui no nosso
Grupo de Pesquisa em Cibercidade/Ciberpesquisa. Shields chegou há menos de um mês e já começa a colocar suas impressões da cidade no blog da revista
Space and Culture, SAGE, da qual ele é o editor. Ele fala dos sons da Bahia, do "punk broadcasting" e da relação com o espaço e o tempo na cidade. Confiram!
Trechos:
"Distortion is introduced from the moment of performance in refrains shouted by tired, breaking voices into microphones and amplifiers pushed beyond their intended specifications. Cassette tape recording technology introduces a further flattening of the sound spectrum, even with a direct 'line' connection; municipal PA amplifiers and outdoor loudspeakers highlight the static and fuzz of the treble while the bass drops out. The end result is an auditory experience in which static and infidelities to make this music markedly distinct from the timbre and sonorousness of studio-recorded music that has become the mundane norm. Like the anti-musical ethos of 1980s punk, one might call this Brazilian form the 'punk broadcasting' of a music of distortion."
"To respond is to affirm the ethical quality of this experience I called urban memory. To respond is to contribute, to begin to take responsibility for the future. The lo-fi 'punk broadcasting' of neighbourhood, 'community radio' sound systems, whispers the unofficial, local 'urban memory' of events and affirm a collective future. Around their reduction of music, they orchestrate a chiasmic relation in which the past makes a thought-provoking cross-over. In as much as we are 'hailed' by this attention-grabbing line of flight, we too are drawn into the socialness of thinking-as-waiting, even if only as visitors to this future."
REUNIÃO DO GPC DE 5 DE OUTUBRO DE 2006
Macello Medeiros apresentou o andamento da pesquisa "Transmissão Sonora Digital: Uma análise dos Modelos Radiofônicos e Não Radiofônicos" com enfoque no capítulo central da pesquisa "Estudos de Casos".
1. Sinopse da exposição
Na pesquisa Transmissão Sonora Digital: Uma análise dos Modelos Radiofônicos e Não Radiofônicos são identificados alguns fenômenos de transmissão sonora digital. Macello descreve e classifica-os segundo dois critérios determinantes (MEDITSCH) ao classificarmos rádio: como meio de transmissão (Fluxo de transmissão) e meio de expressão (características radiofônicas). Segundo esses critérios, são considerados Radiofônicos, os fenômenos nos quais são constatados ambos; e como Não Radiofônicos, aqueles que estão presentes um ou outro critério. Ao todo foram identificados 10 fenômenos, sendo 6 radiofônicos (Webradio, NetStation, TVStation, CellStation, Rádio Digital, Visual Radio) e 4 não radiofônicos (Podcasting, Jukebox On Line, Jukebox On TV, Jukebox On Cell). O obetivo da pesquisa é desfazer a corruptela em relação a alguns fenômenos de
transmissão sonora digital que são considerados rádio, porém não o são
efetivamente, segundo os critérios utilizados na pesquisa.
2. Questões emergentes
- Quais os critérios de escolha dos fenômenos?
- Definição de Mídia e "Meio de Comunicação"aplicado à pesquisa.
- Qual conceito de Rádio é utilizado na pesquisa.
- Definir melhor os nomes dos modelos: Metáfora (sugestão:
"simulação") e Editado (sugestão: "editado da grade").
- Incorporação do modelo "Educativo" ao modelo de "registro" caracterizado como modelo de conteúdo, assim como turismo, marketing, etc.
- Definir melhor a aplicação dos critérios para modelos radiofônicos
e nào radiofônicos.
3. Bibliografia básica
BARBOSA FILHO, André (Org.). Rádio: Sintonia do Futuro. São Paulo:
Edições Paulinas, 2004.
BUFARAH JÚNIOR, Álvaro. ³Rádio na Internet: Convergência e
Possibilidades².In: XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Intercom. Comunicação ao Núcleo de Mídia Sonora, 2003. Disponível em
http://www.intercom.org.br/papers/KUHN, Fernando. Rumo à Quarta Mídia: O Rádio nas Ondas da Internet.
Cadernos da Pós Graduação/Unicamp, Campinas, 1997. Ano I Vol. 1 nº2.
LEMOS, André. ³Podcast. Emissão Sonora, Futuro do Rádio e
Cibercultura². In: 404nOtF0und, n.46, 2005. Disponível em
http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/404nOtF0und/404_46.htmMEDEIROS, Macello. ³Podcasting: Produção Descentralizada de Conteúdo
Sonoro². In: XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação
Intercom. Comunicação ao Núcleo de Rádio e Mídia Sonora, 2005.
Disponível em
http://www.intercom.org.br/papers/MEDEIROS, Macello. ³Podcasting: Um Antípoda Radiofônico². In: XXIX
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Intercom. Comunicação ao Núcleo
de Rádio e Mídia Sonora, 2006. Disponível em
http://www.intercom.org.br/papers/MOREIRA, Sonia Virgínia e Nélia R. Del Bianco (org). O Rádio no Brasil:
Tendências e Perspectivas. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1999
MOREIRA, Sonia Virgínia e Nélia R. Del Bianco (org). Desafios do Rádio
no século XXI. São Paulo: Ed. Intercom, 2001
MEDITSCH, Eduardo. O rádio na era da informação teoria e técnica do
novo radiojornalismo. Florianópolis: Insular, 2001.
TRIGO-DE-SOUZA, Lígia Maria. As categorias do rádio na internet. Idade
Mídia: revista da Faculdade de Comunicação Social Fiam-Faam Centro
Universitário. São Paulo: FIAM-FAAM, v.1, n.2, p.17-26, 2º sem.2002.