UMA SALA DE AULA NO CIBERESPAO:
REFLEXES E SUGESTES A PARTIR DE UMA EXPERINCIA
DE ENSINO PELA INTERNET
Andr
Lemos, Cludio Cardoso, Marcos Palacios[1]
"Keep repeating
this mantra: This is only a tool, this is only a tool, this is only a tool. It
is not the Holy Grail."
(Steve Snow- Communet
List)
INTRODUCAO
O objetivo deste artigo descrever o processo de montagem de um projeto de Educao Distncia, o Projeto Sala de Aula[2], do Grupo de Pesquisa em Comunicao e Cultura no Ciberespao (Cyberpesquisa) da Faculdade de Comunicao da Universidade Federal da Bahia, apresentando algumas reflexes decorrentes da experincia. Visamos assim esboar alguns parmetros sobre as tecnologias do virtual e sua interface com a educao indicando caminhos que possam servir de subsdio para aqueles envolvidos com esse tipo de experimentao pedaggica.
Apesar
da j abundante literatura sobre Ensino Distncia pela Internet[3],
a grande maioria dos relatos de experincias refere-se a projetos realizados
fora do Brasil, disponveis em lngua inglesa e, em grande medida, concentrados
sobre estudos de casos relacionados com a escola de nvel mdio norte-americana
(K-12)[4].
No caso do Projeto Sala de Aula, trata-se de um experimento no curricular, de extenso universitria
e portanto voltado para um pblico adulto[5].
TECNOLOGIAS DO
VIRTUAL, HIPERTEXTOS E EDUCAO
As
experincias educativas so, por definio, compostas por infinitas combinaes
de processos de virtualizao e atualizao, tomando esses termos de acordo com
o exposto por Pierre Lvy[6]. Virtualizaes e atualizaes fazem parte
da composio daquilo que chamamos de realidade, sendo assim uma falcia
pensarmos o virtual como oposto ao real. Cabe explicar rapidamente esse
conceito para aplicarmos ao processo pedaggico e a sua incorporao ao Projeto
Sala de Aula.
Podemos
ver o real como o conjunto de processos de virtualizao e atualizao sucessivos,
sendo os primeiros dispositivos de questionamento de um determinado estado de
coisas, e os segundos formas de resolues desses problemas. Assim sendo,
quando escrevemos este artigo, virtualizamos (pomos em questo) essa temtica:
educao e novas tecnologias, atualizando-a quando escolhemos uma abordagem e
no outra, quando finalizamos escrevendo este texto. O processo infindvel,
j que o leitor vai de novo virtualizar nosso texto ao l-lo, ao question-lo
com suas referncias adquiridas e com uma criao de relaes e vnculos
prprios. Grosso modo podemos, para o que nos interessa aqui, dizer que todo
processo de virtualizao um deslocamento do aqui e agora, prximo da
atividade da leitura. Por outro lado, a atualizao uma resposta a essas
questes, sendo similar ao processo de escrita. Assim, virtual se ope ao
atual, fazendo parte do real.
O
processo educativo , independente de novas ou velhas tecnologias,
virtualizante por natureza. No bsico de toda e qualquer experincia educacional
a virtualizao dos assuntos de uma determinada matria? No objetivo de
professores e alunos extrapolar os limites da certeza e ouvir outras vozes? No
devemos, enquanto professores, fazer com que nossos alunos problematizem
questes e busquem de modo permanente ou temporrio, atualizar essas questes
em respostas que comprovem o alcance de uma determinada idia sobre o
assunto?
Para
exemplificar, mostraremos rapidamente como conceitos hoje atribudos s novas
tecnologias podem ser aplicados ao processo educativo clssico,
tradicionalmente exercido com livros, quadros negros e giz. Dizemos que as
novas tecnologias so interativas, hipertextuais, ou seja, que elas utilizam
simulaes, interatividade, no linearidade (ou multi-linearidade), multivocalidade
e tempo real. Todas essas caraterstica so possveis sem nenhuma mediao
tecnolgica e vivemos isso no nosso sistema educativo atual, com menor ou maior
sucesso. Vejamos. A interatividade proporcionada pela relao entre alunos e
professores, entre os diversos jogos possveis em prticas pedaggicas e nos
trabalhos em grupo. A simulao sempre foi usada em escolas, seja em
laboratrios, seja em atividades prticas de outro gnero, onde busca-se
construir e experimentar modelos que funcionam como se fossem a coisa real. A
multi-linearidade, ou no linearidade pode ser exercitada pelos professores nas
mais diversas tarefas que abordem um determinado assunto por caminhos no
bvios ou pr-estabelecidos. O tempo real a prpria classe em atividade, onde
as coisas acontecem live, ao vivo, entre todos os participantes, alunos e
professores.
Nesse
sentido, o que as novas tecnologias podem fazer , no exatamente instaurar uma
novidade radical, mas forar a utilizao dessas novas dinmicas. Hoje, em
nossa salas de aula, os processos virtualizantes ficam dependentes da maior ou
menor competncia do professor. Com as tecnologias de comunicao e informao
os professores e alunos ficam induzidos a utilizar o potencial hipertextual do
meio. Caso contrrio, porque us-lo? Como utilizar a Internet na educao sem
exercitar a no linearidade, a interatividade, a simulao e o tempo real? Da
sua importncia. As novas tecnologias aplicadas educao podem recolocar
professores e alunos em papis de agentes de virtualizao.
Com isso
o que pretendemos afirmar que a educao (deveria ser) virtualizante por
essncia, no sendo essa caracterstica uma prerrogativa das novas tecnologias.
Educar significa propor questes, problematiz-las e resolv-las, mesmo que
temporariamente. Esse processo pedaggico existe desde a maiutica socrtica,
passando pela Academia de Plato e o Liceu de Aristteles, chegando hoje as
nossas Universidades. Ou, ao menos, assim deveria ter sido. A crise do sistema
educacional no pode ser solucionada apenas pela incluso de novas tecnologias
da informao, mas por uma reconduo do processo de ensino/aprendizagem
(virtualizao/atualizao). Talvez a crise venha da nfase dada s
atualizaes e no aos processos virtualizantes: hoje, a lgica do passar de
ano e no vestibular obriga os alunos a saberem respostas prontas ao invs de
questionarem e formularem novas questes. Com as novas tecnologias talvez
possamos passar de uma educao atualizante para uma outra virtualizante. No
entanto, erroneamente, as tecnologias vm sendo adotadas como panacia para a
questo da comunicao e da educao, como uma simples interveno
instrumental. Insistimos, consequentemente, no erro de pensar que solues
tcnicas possam resolver problemas que
so eminentemente poltico-culturais.
Outro
sentido pode ser dado ao virtual quando utilizado para fazer referncia quilo
que online ou fruto da telemtica. o sentido que entendemos quando falamos
de espao virtual, comunidade virtual, escola virtual, para ficar nessas trs
expresses. O virtual aqui empregado com uma espcie de substituto das aspas
que poderamos utilizar em expresses para induzir suas compreenses a partir
de outros significados. Dessa forma, a questo do virtual aplicada informtica,
tem a vantagem de problematizar
instncias clssicas j constitudas. Quando falamos espao, comunidade
ou escola virtuais, estamos falando de escola, comunidade, espao, todos
entre aspas, que no podem ser compreendidos em seus sentidos clssicos[7]. De fato, uma escola, um espao ou uma
comunidades virtuais so escolas, comunidades, espaos reais mas que no
so mais compreensveis em seu sentido usual. Uma comunidade virtual uma
comunidade real, mas no como os socilogos compreenderam as comunidades no
sculo XIX. Quando falamos em espao virtual, nos referimos a um espao que
real mas que no corresponde ao espao geomtrico euclidiano. E por fim, quando
falamos de escola virtual, estamos nos referindo efetivamente escolas, mas
quelas que no correspondem mais s escolas tradicionais. Agora escola,
comunidade, espao, jornais, livros, etc., adquirem novos significados,
impactando toda a cultura contempornea, mesmo que ainda em um estgio
minoritrio e inicial.
O ciberespao, enquanto hipertexto planetrio, de fato ainda um fenmeno minoritrio mas, no entanto, hegemnico, como afirma Lvy. Assim o foi com a escrita que fundou a civilizao ocidental e que surgiu como instrumento de exerccio do poder de minorias (cleros, nobres). O mesmo acontece hoje com o ciberespao. Ele institui um conjunto de textos vivos interligados, possibilitando uma comunicao todos-todos, de forma ativa (interativa) com informaes digitais e com pessoas, estimulando processos de simulao, uma no linearidade em tempo real. Ele hegemnico mesmo que ainda minoritrio. Essa situao fora que escolas, professores e alunos comecem a pensar em como tirar proveito dessa nova configurao socio-tcnica. Assim, com olhar crtico e atencioso, o ciberespao deve ser utilizado, por seu potencial virtualizante, no processo educacional. Devemos implantar ferramentas virtualizantes em espaos de virtualizao, como so as escolas.
As ferramentas disponveis no ciberespao (e-mail, www, chats, muds, simulaes) estimulam de certa maneira um comportamento hipertextual, seja da parte dos professores, seja da parte dos alunos. Esse comportamento corresponde passagem da forma um-todos de transmisso de informaes (emissor-massa/ professor-alunos) para um sistema pedaggico de tipo todos-todos (emissor receptor e vice-versa; professor orientador/problematizador e o aluno mais autnomo). Vejamos ento como essas ferramentas atuam no ambiente educacional, antes de relatarmos nossa prpria experincia no Projeto Sala de Aula.
A
utilizao de web-sites nos permite explorar atravs de links (ou lexias)
recursos diversos em localidades tambm diversas, em tempo real e de forma
interativa (interatividade digital[8]). Com essa ferramenta, o processo educativo
pode usar e abusar da multivocalidade, da escolha de percursos autnomos, da
visualizao de processos com simulaes, de recursos audiovisuais. A Web
permite assim a experimentao de obras abertas, fundamental para processos de
virtualizao e atualizaes nos processos educativos. J os chats permitem o
intercmbio em tempo real e sob a forma de dilogos entre alunos, e entre
alunos e professores, instituindo debates abertos, conferncias ou simples
bate-papos. Formas de conferncias podem ser utilizadas como entrevistas ou
para estimular os debates e a participao. As lista de discusso so
instrumentos que servem como um verdadeiro coletivo inteligente, onde os
assuntos, agrupados de forma temtica, so tratados por especialistas das mais
diversas reas, discutindo, comentando ou informando. Formam-se assim fruns
permanentes, proporcionando trocas mais profundas do que as obtidas nos chats,
por exemplo. Cria-se uma comunidade informativa extremamente importante no
processo pedaggico. O e-mail, forma mais utilizada da Internet, permite um
contato individualizado, como as cartas epistolares, entre colegas e/ou com o
professor, servindo como instrumento gil para dirimir dvidas pontuais ou
efetuar consultas especficas. Vamos ver agora como esse ambiente hipertextual
se caracteriza e como obter desse novo espao eletrnico todo o seu potencial
pedaggico.
CONTEXTUALIZANDO O
AMBIENTE ELETRNICO HIPERTEXTUAL
Afim de
compreendermos melhor o ambiente dos cursos distncia, torna-se necessria a
discusso do conceito de hipertexto e sua aplicabilidade em experincias
educacionais com tecnologias telemticas. Conhecendo as possibilidades e
limites desse ambiente hipertextual, que a Internet, poderemos desenvolver
cursos que utilizem todo seu potencial.
interessante apontar que a idia de criar "textos de textos" nasceu
da dificuldade em lidar com muitas informaes. Nesse sentido, o pioneiro e
ancestral dos hipertextos, o MEMEX (Memory Extender), foi inventado por
Vannevar Bush, conselheiro do presidente Roosevelt, no texto As We May Think
de 1945[9],
para resolver esse problema. O MEMEX, que nunca existiu na realidade, seria uma
espcie de arquivo ou biblioteca pessoal, um dispositivo para estocar e
procurar informaes, baseado em microfilmes e em informaes indexadas. A
necessidade de indexar informaes de forma descentralizada e rapidamente
acessvel est na base do surgimento dos hipertextos contemporneos.
O nome
hipertexto atribudo a Ted Nelson em 1965, quando este lana o Projeto Xanadu[10]. O hipertexto pensado por Nelson como um
media literrio onde, a partir de textos colados a textos, poderamos abrir
janela e janelas de janelas dando sobre mais e mais informaes (textuais,
sonoras e visuais). A idia bsica de Xanadu criar uma biblioteca com toda a literatura mundial.
Hoje o WWW um hipertexto planetrio, onde o internauta pode navegar de
informao em informao, de site em site, em tempo real, atravs de interfaces
grficas que so os browsers. O ciberespao assim um imenso hipertexto
planetrio, um espao rizomtico[11]
.
A forma
do texto eletrnico como hiperfico ou hipertextos caracteriza-se pela criao
de um espao de informao (o site) onde o leitor/navegador escolhe seu
percurso atravs dos links. O relao entre o escritor e o leitor como tambm
entre o leitor e a leitura passam assim por questionamentos; assim como aquelas
entre o aluno e o professor. O professor parece que cada vez mais deva dirigir
seus esforos para atuar com orientador. Esse "nomadismo" de papis
(leitor-autor, professor-aluno, etc.) tratado de diversas maneiras pelas
teorias ps-estruturalistas. nesse sentido que Landow[12]
vai mostrar como os hipertextos podem atuar como laboratrio para a
experimentao dessas teorias (Barthes, Derrida, Foucault...).
No
hipertexto digital on-line ou off-line, como o WWW ou o CD-Rom,
respectivamente, podemos navegar sem que, aquele que os tenha concebido tenha o
poder de determinar a centralidade do nosso percurso (guardando claro, os
limites de opes dadas por ele ao programa utilizado). Dessa forma, deve-se
valorizar leituras descentralizada, aproveitando as possibilidades abertas
pelas indexaes propostas atravs de links. A navegao interativa deve ser
bem utilizada em curso online j que essa ao no mais uma verdadeira
leitura, no sentido clssico, mas um estado de ateno-navegao-interao ou
screening, como prope Rosello[13]. O percurso agora multi-linear,
indeterminado a priori, dependente da ao do usurio-ator-navegador, do
screener. A interatividade digital assim mais prxima das colagens e
cut-ups dos dadastas, que da narrativa romanesca clssica. No hipertexto
planetrio que o ciberespao, everyone is an author, which means that no
one is an author: the distinction upon which it rest, the author distinct from
the reader disappears[14].
CONCEITOS PARA
APLICAO EM AMBIENTES HIPERTEXTUAIS
Pensar
qualquer atividade pedaggica no ciberespao demanda pela compreenso desse
novo ambiente. Esse ambiente pode ser compreendido por alguns conceitos chaves
que esboamos aqui a partir dos trabalhos de G. Landow[15].
Os principais conceitos que nos permitem avaliar a funcionalidade de um site
so: interatividade, navegabilidade, intra-textualidade, inter-textualidade,
multivocalidade, sem falar logicamente da parte esttica. Como estamos
analisando aqui a experincia do "Sala de Aula", gostaramos de expor
como esses conceitos podem ajudar a criar um experincia online que utilize
todo o potencial do meio. Procuramos seguir, para montar o curso, esses
conceitos chaves.
Interatividade
, talvez, a palavra chave dos hipertextos. Embora tenha uma conotao ampla,
interatividade pode ser definida como uma forma de dilogo entre o usurio e o
ambiente informacional, permitida por um espao de negociao chamado de
interface. A Interatividade a forma de ao em hipertextos, devendo ser
valorizada a todo momento na montagem de experincias como o Projeto Sala de
Aula. Entendemos Interatividade aqui, no somente como a possibilidade de
"interao" entre alunos e professores, mas como a forma de caminhar
pelas informaes disponveis. Devemos ento potencializar formas interativas
de busca de informao e de discusso de tarefas propostas, como foi o caso do
"Introduo Cibercultura", primeiro curso do Projeto.
Por navegabilidade compreendemos a maneira pela qual o usurio interage com as informaes, referindo-se particularmente forma de estruturao do site, seu design e sua arquitetura informacional. Uma boa navegabilidade deve permitir um percurso fcil, prtico e fluido atravs das informaes disponveis. Nesse sentido, para construir uma experincia de cursos on-line temos que levar em conta uma economia de links e permitir que o aluno no se perca pelas informaes indexadas. O site deve ser facilmente visualizado para que o aluno no se sinta desestimulado a prosseguir, seja pelo excesso de links e de percursos tortuosos, seja pela falta de possibilidade de intervenes abertas. A navegabilidade seria assim o "conforto" da nossa "Sala de Aula".
Um dos
aspectos fundamentais dos hipertextos situa-se na vinculao de documentos de
forma a ampliar o leque de informaes e trazer instantaneamente uma
complexificao do assunto abordado. Isso vital para toda e qualquer
atividade pedaggica. Essa possibilidade chamamos aqui de intra-textualidade e
de inter-textualidade. Muito bem abordada por Landow, a intra-textualidade
refere-se a lexias internas ao site, a informaes ampliadas e anexadas
situando-se dentro da prpria estrutura dos sites. Nesse sentido utilizamos a
intra-textualidade quando propnhamos em algumas semanas consultar textos de
leitura que se situavam no prprio site do Sala de Aula. Por sua vez a inter-textualidade pode ser
compreendida como a indexao informaes externas ao site. Assim, ao
explicarmos o que um hipertexto e sua histria podemos "linkar"
essa informao ao site (externo) Xanadu, do pioneiro Ted Nelson, ou mesmo sua pgina
pessoal. Nesse sentido os links externos e internos permitem dar voz prpria a
uma nova informao (multivocalidade), colocando-a em p de igualdade com a
informao textual que a vinculou.
A utilizao de links internos e externos fundamental para a utilizao de todo o potencial desse ambiente hipertextual. A intra-textualidade e a inter-textualidade so formas de ampliao do universo informacional, possibilitando, fora da hierarquia do "p de pgina", uma multivocalidade. Essa multivocalidade (forma de vincular discursos diversos e contraditrios) deve ser explorada em experincias de educao online visto que ela a forma de passar ao aluno verses complexas sobre um assunto, deixando ao mesmo a possibilidade de efetuar suas prprias snteses. Nossa experincia, mesmo que sob o rtulo de um projeto piloto, procurou utilizar todos os recursos da hipermdia, a partir desses conceitos chaves.
O PROJETO SALA DE
AULA.
O Projeto
Sala de Aula foi criado
pelo Grupo de Pesquisa em Comunicao e Cultura no Ciberespao (Cyberpesquisa) da Faculdade de Comunicao (FACOM) da
Universidade Federal da Bahia (UFBA) pelos professores Andr Lemos, Cludio
Cardoso e Marcos Palacios[16]
como um espao de experimentao para tcnicas de ensino distncia utilizando
a Internet como ambiente comunicacional.
O
primeiro curso oferecido pelo Sala de Aula teve como tema Introduo Cibercultura e foi
conjuntamente elaborado pelos trs professores envolvidos no projeto, no
perodo de junho a setembro de 1997, tendo sido realizado entre outubro e
dezembro desse mesmo ano. Disponvel na rede como um Curso de Extenso
oficialmente certificado pela UFBA, Introduo Cibercultura[17]
contou com 62 inscritos, sendo que desse total, 21 inscreveram-se formalmente e
pagaram as taxas que dariam direito ao Certificado posteriormente expedido pela
Pr-Reitoria de Extenso da Universidade. Os demais inscreveram-se como
participantes livres, sem direito certificao formal.
MONTANDO E
DISPONIBILIZANDO
A idia de disponibilizar um Curso de Extenso pela Internet surgiu das discusses no Grupo Cyberpesquisa. Os trs docentes que se propuseram a montar o curso piloto tinham experincia prvia apenas em termos de utilizao da Internet como ferramenta de apoio em cursos presenciais, tanto a nvel de graduao quanto ps-graduao. O trabalho de montagem do curso iniciou-se com a escolha de uma temtica especfica, e a tomada de deciso sobre sua durao. Optamos pelo tema Introduo Cibercultura por nos parecer suficientemente abrangente e apropriado para uma experincia piloto na Internet, oferecendo uma srie de conceitos fundamentais aos alunos e participantes livres. Fixamos em oito semanas a durao total do curso e, aps alguma discusso sobre as linhas mestras a serem seguidas e as temticas de cada semana, dividimos os mdulos (semanas) entre os trs docentes, cabendo trs a dois deles e duas ao terceiro.
A
primeira discusso que enfrentamos foi sobre que recursos incorporar ao curso.
Partimos da realidade do provedor Internet da FACOM/UFBA, onde o curso ficaria
alojado. Inicialmente pensvamos em utilizar uma Lista de Discusso e um
software de Chat (IRC) para interaes em tempo real. Aps algumas experincias
com softwares de Chats[18],
em especial o WebBoard (http://webBoard.ora.com) e o CommunitWare
(http;//www.communityware.com)[19],
decidimos que, em funo dos tempos mdios de acesso, que se mostraram bastante
longos, a utilizao dos Chats no seria prtica e acabamos por optar pela
utilizao de apenas uma Lista de Discusso, implantada no prprio provedor
central da UFBA. Foi criada a Lista de Discusso "sala01", de uso
exclusivo dos participantes do Projeto Sala de Aula[20].
Durante os meses de julho e agosto de 1997 trabalhamos na construo dos mdulos, usando como softwares de autoria o Frontpage e o Netscape Composer. Em reunies semanais, aprecivamos o que cada um estava construindo, trocvamos idias e sugestes. Optamos por no padronizar as pginas dos mdulos, deixando a cargo de cada docente elaborar seus prprios sub-sites, por considerarmos que a padronizao, neste caso, poderia ser sinnimo de monotonia, especialmente em se considerando que o curso teria uma durao relativamente longa. Alm disso, tratando-se de um projeto piloto, a utilizao de pginas diferenciadas forneceria uma oportunidade para comparaes e avaliaes posteriores de maior ou menor eficcia dos diferentes designs usados.
A Pgina
de Abertura e o Programa de Curso foram construdos coletivamente. Discutimos e
experimentamos com diversos desenhos e logomarcas[21].
Optamos por um design leve, que propiciasse rpido carregamento. Apenas a Barra
de Navegao foi padronizada para todas as pginas do curso. Em setembro os
diversos mdulos (semanais) estavam prontos e o curso apresentava a seguinte
estrutura:
Primeira
e segunda semanas: Sociedade Digital e Cibercultura (Prof. Andr Lemos);
Terceira,
quarta e quinta semanas: Ciberespao e Comunidades Virtuais (Prof. Marcos
Palcios);
Sexta
e stima semanas: A Internet no Brasil e no Mundo (Prof. Cludio Cardoso);
Oitava
semana: Censura e Privacidade no Ciberespao (Prof. Andr Lemos).
UTILIZANDO A REDE
Umas das
principais preocupaes do grupo de professores que elaborou esta primeira
experincia concentrou-se na tentativa de utilizao da Internet da forma mais
adequada quanto possvel s suas capacidades, em vez de simplesmente reproduzir
uma sala de aula convencional na rede. Este foi, inclusive, o motivo para a
escolha do nome do programa de cursos online da FACOM. O nome do programa serve
de aluso ao fato de que os exerccios de pesquisa, debates, consultas ao corpo
discente e avaliaes fossem orientados pela prpria natureza do meio.
Deste modo, a elaborao dos oito mdulos foi efetuada a partir da compreenso de que tratava-se de um curso online que deveria utilizar as vantagens, facilidades e limitaes do prprio meio. Assim, a orientao para a busca de fontes de estudo propositadamente concentrou-se na Web, o debate sempre feito atravs da Lista de Discusso e as consultas aos professores e colegas, atravs do e-mail. A inteno foi sempre valorizar o aprendizado, concernente no apenas ao contedo dos mdulos, mas tambm prpria Internet como ferramenta de pesquisa e estudo, ou seja, a inteno foi a de promover a imerso e a autonomia na busca das informaes e nas elaboraes das snteses pelos alunos.
A
propsito desta orientao, vale a pena ressaltar que a Internet ocupa um papel
extremamente relevante como fonte de pesquisa para as universidades de todo o
mundo e particularmente suprindo deficincias daquelas que no possuem uma boa
estrutura de bibliotecas e outros acervos de pesquisa. Os cursos distncia
oferecidos atravs da Internet em nosso pas podem desempenhar o duplo papel de
viabilizar ofertas que no seriam possveis em localidades longnquas, seja
pelas dificuldades de deslocamento de professores e alunos, seja pelas
deficincias de instalaes das universidades, seja pela drstica reduo de
custos.
Mas,
alm disso preciso ressaltar uma funo estratgica da Internet para o ensino
brasileiro pelo fato dela hoje oferecer um imenso acervo bibliogrfico,
tornando-se praticamente um complemento indispensvel s atuas condies das
instituies de ensino nacionais. Os cursos online desempenham ao mesmo tempo
uma importante funo didtica para o uso da Internet, habilitando os alunos a
utiliz-la como importante aliada nos estudos e pesquisas.
O programa do curso Introduo Cibercultura procurou valorizar a navegao por sites de referncia nos diversos temas explorados nos mdulos e incentivou o debate atravs da Lista de Discusso, que registrou a impressionante marca de 342 mensagens enviadas durante as oito semanas do curso, aqui contabilizadas as indagaes dos alunos, consideraes dos professores e a discusso entre todos. A cada mdulo os alunos foram solicitados a realizarem tarefas especficas efetuando visitas a Web Sites atravs de links disponibilizados nas prprias pginas dos mdulos. Aps isto, era sempre solicitada alguma participao na Lista de Discusso, como cumprimento das respectivas tarefas, enviando para ela e consequentemente para todos nela inscritos, colegas e professores - seus comentrios crticos.
Esta
orientao para o debate sobrecarregou um pouco os professores dos mdulos que
obrigatoriamente desempenhavam a funo de moderadores da lista. Aps trs
semanas de iniciado o curso, o grupo de professores percebeu a sobrecarga do
responsvel pelo mdulo e os outros dois professores foram solicitados a
participar de modo mais ativo na tarefa de pontuar e orientar as discusses, o
que aliviou a sobrecarga sobre cada um dos responsveis pelos mdulos da em
diante.
A esta
poca j tnhamos contato com vrios programas bem mais adequados formao de
debates via rede, sobretudo aqueles voltados para aplicaes Web[22],
mas, como foi dito acima, as instalaes do servidor de comunicao da FACOM no
ofereciam poca condies favorveis para a implementao de um destes
softwares, o que na ocasio acabaria consumindo esforos de adaptao e tempo
(quase inexistentes!) para testes e validao. Optou-se pela soluo mais
simples e segura j disponvel das Listas de Discusso, o que, na prtica, teve
um resultado bastante satisfatrio. Durante as semanas do curso vrios alunos
solicitaram acesso s mensagens enviadas anteriormente e tambm a lista dos
inscritos no curso. Os softwares especialistas criam automaticamente estas
facilidades para os usurios, mas as Listas tambm oferecem estes servios. Os
professores dos mdulos forneceram os comandos e orientaram os solicitantes a
executarem eles prprios seus pedidos para a Lista de Discusso.
CO-CRIANDO UM MTODO
PEDAGGICO
Talvez o
aspecto mais relevante de toda a nossa experincia com o projeto deve-se ao
fato de que, ao acreditarmos na capacidade do meio de estabelecer dilogos e
proporcionar alternativas de entrada nos assuntos, acabamos por criar, em
conjunto com os alunos, um mtodo de ensino extremamente alinhado prpria
orientao da nossa Faculdade.
No
Brasil, o ensino do segundo grau tem privilegiado uma orientao na qual o
estudante permanentemente levado a acompanhar um programa de leituras e
pesquisas, mediante um estmulo constante das escolas. Em maior ou menor grau
este estmulo possui caractersticas coercitivas. Contudo, este no o aspecto
crucial da questo que gostaramos de abordar aqui, e sim o fato de que o
interesse pela busca de conhecimento nestas condies no parte do prprio
aluno, mas de uma entidade externa a ele que lhe demanda o cumprimento de uma
tarefa.
No
entraremos aqui na questo da validade ou do alcance deste procedimento
bastante aplicado no ensino mdio do nosso pas, nem tampouco avaliaremos se
este mtodo de fato o mais adequado ao grau de maturidade desta fase da vida
dos estudantes. Por outro lado, entendemos o perodo de educao universitria
como uma excelente talvez nica - oportunidade para o indivduo passar de uma
postura mais passiva em relao busca do saber, para uma atitude de
auto-educao permanente, onde a motivao para a busca de conhecimento e
produo de saber reside no prprio indivduo, questionador, criativo e capaz
de optar por novas abordagens com autonomia. Buscamos assim atingir o mximo de
processo de virtualizao.
Alinhado
a esta orientao universitria, nosso curso online acabou por estabelecer um
ambiente extremamente propicio a esta abordagem, onde alunos e professores, em
conjunto, debateram de forma ampla os assuntos dos diversos mdulos, ficando
reservado aos professores o papel de orientadores das discusses e dos
programas de leitura e pesquisa.
Voltando
nosso olhar para a experincia do primeiro curso oferecido pelo Projeto Sala
de Aula, conclumos que os
recursos foram utilizados para potencializar uma orientao que proporciona ao
aluno que ele faa seu prprio caminho em busca do conhecimento, garantindo o
papel do professor como responsvel pela orientao voltada a esclarecer e
otimizar o percurso dos estudantes, e assegurando o espao necessrio para que
o aluno encontre seu estilo de aprendizagem e se sinta responsvel pelo prprio
destino. O mtodo pedaggico do projeto resultou do encontro de alunos e professores
neste ambiente co-criado.
O PROJETO SALA DE
AULA HOJE E SUAS PERSPECTIVAS
Aps a
consolidao do sucesso da primeira iniciativa, o Grupo Cyberpesquisa decidiu concentrar seus esforos na
elaborao de um segundo curso, maior e mais consistente, reunindo numa mesma
oferta de extenso universitria, as diversas especialidades dos pesquisadores
do grupo.
Assim,
foi elaborado um Web Site bem mais estruturado, obedecendo a critrios de
navegao e design padronizados, e contando com o apoio do Laboratrio de
Multimdia da FACOM (LabMedia)[23] que, na ocasio, j dispunha de pessoal
plenamente habilitado construo de Web Pages e Sites contendo pequenas
aplicaes Web. Deste modo, o Web Site do Sala de Aula, passou no apenas a
oferecer cursos de extenso, mas tambm a controlar o acesso dos alunos atravs
de senhas, aceitar matrculas atravs do preenchimento de formulrios Web,
comandar mensagens para Listas de Discusso, tambm atravs de formulrios Web,
e proporcionar a inscrio e participao em Chats.
Ao final
do processo de construo do novo programa - que mantm disponvel um link para
a primeira verso oferecida em outubro de 1997 -, tnhamos um verdadeiro Web
Site do Projeto Sala de Aula, estruturado, padronizado e estruturado para
crescer, aberto que est para incorporar novos mdulos futuros.
O
visitante do Web Site encontrar a seguinte estrutura sua disposio: uma
Secretaria, onde esto disponveis os programas e calendrios dos cursos
oferecidos, assim como as datas e valores das inscries; uma Biblioteca, que
disponibiliza em trs diferentes sees - Referncias, Bookmark e Glossrio -,
texto, artigos, livros e outras informaes online para cada curso ou mdulo
oferecido; uma Cantina, lugar de socializao onde os inscritos podem trocar
idias com outros participantes dos cursos e circular notcias de interesse
para toda a comunidade do Sala de Aula; e, por fim, as prprias Salas, onde
esto disponveis os contedos dos cursos propriamente ditos, onde acontecem as
aulas, e onde participantes tm acesso apenas mediante apresentao da senha
fornecida pela Secretaria.
Atualmente
o Sala de Aula continua
oferecendo cursos a nvel de Extenso, j estando em oferta ou programados para
este ano: Jornalismo On-line, Hipertexto e Fico Literria, Marketing e
Publicidade On-line, Novas Tecnologias e Educao, Arte Eletrnica, Cultura
Cyberpunk e Web Design, envolvendo diversos docentes e pesquisadores ligados ao
Grupo Cyberpesquisa.
Acreditamos que tais cursos, de curta durao e envolvendo uma vasta gama de
reas de conhecimento, continuam funcionando como peas laboratoriais
importantes para o teste de teorias e prticas pedaggicas no novo ambiente
educacional. A tendncia do projeto, no entanto, claramente no sentido do
alargamento de seus objetivos e de sua rea de atuao.
No
primeiro semestre de 1999, a Universidade Federal da Bahia estabeleceu um Grupo
de Trabalho para a elaborao de uma poltica de Educao Distncia e Uso de
Recursos da Informtica no Ensino. O Projeto Sala de Aula, em virtude de seu carter pioneiro e da
experincia acumulada por seus participantes nos ltimos dois anos, vem sendo
apontado como um dos parmetros para o balizamento da poltica a ser traada e
como modelo para experimentos futuros da Universidade nessa rea.
O
objetivo dos pesquisadores do Grupo Cyberpesquisa ampliar o alcance e a funo social do Projeto
Sala de Aula, abrindo-o
para usurios potenciais, de dentro e de fora da Universidade, que se
interessem pelo oferecimento de cursos em diferentes rea de conhecimento, a
partir da plataforma de trabalho j instalada, num sistema de parceria com a
FACOM. O primeiro passo nessa direo foi dado atravs da elaborao de um
projeto, j em estgio de anlise por agncias de fomento, envolvendo inicialmente
a FACOM, o Centro de Processamento de Dados da Universidade Federal da Bahia
(CPD/UFBA) e a rede baiana para o Desenvolvimento de Tecnologia (RBDT), uma
instituio de mbito estadual, responsvel pelo estabelecimento e
gerenciamento de uma extensa rede telemtica, com finalidades sociais,
disseminada por todo o territrio baiano. Atravs do estabelecimento de
parcerias desse tipo, o Projeto Sala de Aula receber os aportes tcnicos e financeiros
necessrios para mover-se para um novo patamar, ampliando substancialmente sua
abrangncia e seu alcance social, bem como capacitando-se para um pleno uso do
potencial tecnolgico em breve disponvel atravs das redes de alta velocidade
(Internet 2), j em processo de implantao em Salvador, atravs da REMA (Rede
Metropolitana de Alta Velocidade)[24].
Estabelecidos
os elos de cooperao que estamos buscando, o Projeto Sala de Aula deixar de ser um programa experimental da
FACOM, para tornar-se um Projeto de Educao Distncia de toda a sociedade
baiana.
[1] Andr Lemos (alemos@ufba.br) doutor em sociologia pela Sorbonne, Professor Adjunto e Coordenador do Programa de Ps-Graduao em Comunicao e Cultura Contemporneas da Facom/UFBa; Cludio Cardoso (ccardoso@svn.com.br) Professor Assistente, coordenador do NICOM/Facom e doutorando da Facom/UFBa; Marcos Palacios (palacios@ufba.br) doutor em sociologia pela Universidade de Liverpool, Professor Adjunto e Diretor da Facom/UFBa.
[2] Http://www.facom.ufba.br/saladeaula/
[3] Um eficiente ponto de partida para uma viso geral de vrios aspectos da Educao via Internet no Brasil e no mundo a Biblioteca Virtual de Educao Distncia do CNPq (http://www.prossiga.br/rei.html). Outro site interessante para incio de pesquisa o canadense Tele-Education localizado em http://teleeducation.nb.ca/english.shtml. Uma boa coleo de artigos e recursos com referncia construo de Sites Educacionais est na pgina Web Based Instruction Resources mantida por John H. Curry, da Utah State University (http://english.usu.edu/jcurry/wbi.html). Igualmente importante o Electronic Learning in a Digital World, do The Global Institute for Interactive Multimedia (http://www.edgorg.com/index.htm), que oferece uma srie de links para sites da rea, incluindo bibliografia especializada.
[4] Veja por exemplo VALAUSKAS, Edward & ERTEL, Monica, The Internet for Teachers and School Library Media Specialists, New York, Neal-Schuman Publishers, 1996.
[5] Os inscritos no curso, apesar de no terem sido fixados pr-requisitos formais de qualquer natureza, eram todos pessoas de nvel superior ou alunos de graduao da UFBA e de outras universidade.
[6] Ver Lvy, Pierre, O que o Virtual., R. J., Ed. 34, 1997.
[7] Para uma discusso dos limites das definies clssicas de Comunidade, ante a emergncia de novas formas de sociabilidade no Ciberespao, ver PALACIOS, Marcos. Cotidiano e Sociabilidade no Ciberespao: apontamentos para uma discusso, in: NETO, Antonio Fausto e PINTO, Milton Jos. O Indivduo e as Mdias, R.J., Ed. Diadorim, 1996.
[8] Ver Lemos, A , Anjos Interativos e Retribalizao do Mundo. Sobre Interatividade e Interface Digitais., in Tedncias XXI, Lisboa, 1997.
[9] Bush, V., As We May Think, in Atlantic, August, 1945. O artigo hoje considerado um clssico da literatura sobre o Hipertexto e pode ser acessado em http://www.facom.ufba.br/think.
[10] Sob a histria dos hipertextos ver Lauffer, R.; Scavetta, D., Texte, hypertexte, hypermedia. 2nd ed. Paris: Presses universitaires de France, 1995. O Projeto Xanadu, em sua forma atual est em http://www.xanadu.net
[11] Deleuze, G., Guattari, F., Mille Plateaux. Capitalisme et Schizophrnie. Paris, Les Editions de Minuit, 1980.
[12]Landow, G. P., Hypertext. The Convergence of Contemporary
Critical Theory and
Technology., The John Hopkins University Press, Baltimore and London, 1992.
[13] Rosello prope que devamos substituir a palavra leitor por screener e seu ato de navegao de screening. Rosello, Mireille., Michel de Certeaus Wandersmnner and Paul Austers Hypertextual Detective., in Landow, George P., Hyper/Text/Theory., The John Hopkins University Press, Baltimore & London, 1994.
[14] Wooley, B., Virtual Worlds. A Journey in Hype and Hyperreality., Penguin Books, 1992., p. 165.
[15] Landow, G., op.cit.
[16] Cyberpesquisa (http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber). O Projeto Sala de Aula parte das atividades do Grupo de Pesquisa.
[17] O curso continua disponvel no site da FACOM em http://www.facom.ufba.br/saladeaula
[18] Nesse perodo esteve na FACOM, como professor Visitante o Dr. Steven Williams, da University of California, Los Angeles (UCLA), que foi um grande incentivador do projeto.
[19] Durante o perodo de realizao curso, entrou em operao a verso brasileira do CommunityWare, que est disponvel em http://wwww.communityWare.com.br.
[20] Nesse ponto foi inestimvel a colaborao de Joo Gualberto Rizzo (jgra@ufba.br) e Claudete Alves (claudete@ufba.br), do Centro de Processamento de Dados (CPD-UFBA) pelo interesse e agilidade que demonstraram durante a implantao do projeto e o funcionamento do curso.
[21] Contamos com a colaborao do artista plstico e professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Otvio Nascimento Filho (otafilho@maxnet.com.br).
[22] A propsito de aplicaes de debates atravs da Web, sugerimos uma visita ao Site da Universidade de Ulster na Irlanda do Norte, trazido ao nosso conhecimento pelo Prof. Dr. Dan Fleming que efetuou um leitorado de dois meses entre Novembro de 1997 e Janeiro de 1998 na FACOM a convite do Grupo Cyberpesquisa, em http://formations.ulst.ac.uk/. Outro Site dedicado ao ensino a distncia e coordenado pelo Dr. Steven Williams da UCLA, onde a FACOM ocupa uma das reas para debates encontra-se em http://www.glo.org/facom/.
[23] O LabMedia da FACOM (www.facom.ufba.br/labmedia) constitudo por estudantes bolsistas, que recebem treinamento especializado e se dedicam aos vrios projetos executados pelo Laboratrio. A coordenao geral do LabMedia est a cargo do Prof. Jos Mamede (mamede@ufba.br).
[24] Para informaes sobre a REMA e a Internet 2 em geral ver http://www.ufba.br/rema